sábado, 13 de março de 2010

Para (re)lembrar de momentos fugazes

Desse jeito vão saber de nós dois
Dessa nossa vida
E será uma maldade veloz
Malignas línguas
Nossos corpos não conseguem ter paz
Em uma distância
Nossos olhos são dengosos demais
Que não se consolam, clamam fugazes
Olhos que se entregam
Ilegais

Eu só sei que eu quero você
Pertinho de mim
Eu quero você
Dentro de mim
Eu quero você
Em cima de mim
Eu quero você

Desse jeito vão saber de nós dois
Dessa nossa farra
E será uma maldade voraz
Pura hipocrisia
Nossos corpos não conseguem ter paz
Em uma distância
Nossos olhos são dengosos demais
Que não se consolam, clamam fugazes
Olhos que se entregam
Olhos ilegais

Eu só sei que eu quero você
Pertinho de mim
Eu quero você
Dentro de mim
Eu quero você
Em cima de mim
Eu quero você

domingo, 6 de dezembro de 2009

Ficção e realidade: trágico

Em Terra Sonâmbula, romance de Mia Couto, percebemos um cenário de devastação marcado pela guerrilha moçambicana do pós-independência. Recebo esta imagem por e-mail e vem a minha cabeça a associação que existe entre a narrativa de Mia, Moçambique e o Rio de Janeiro. Pena ser esta a ligação que me ocorre agora, mesmo.



“As paredes, cheias de buracos de balas, semelhavam a pele de um leproso.” (Terra Sonâmbula, Mia Couto - p.23) --> a doença da guerra é aquela que simula a forma de buracos deixados pelas balas das armas e pelas minas - associação entre a terra moçambicana e corpo esburacado de um leproso.

Cada tiro deste é uma chaga aberta em mim.
***Tá estranha a sintaxe do texto. Parece reticente, tá mal escrita mesmo. Fiquei perplexa e nesses momentos não sei escrever.





terça-feira, 17 de novembro de 2009

A LOUCURA

A loucura não é problema, ao contrário, é o modo como o homem consegue lidar com a realidade de modo menos traumático. E, embora pareça um contrasenso justamente por isso, é a própria falta de sentido a responsável pela beleza da insanidade mental.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

PARA UMA AUSÊNCIA DE FILOSOFIA

"Nada sabemos do desejo, apenas que ele se cristaliza em imagens." (Octavio Paz)

Basta-nos.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

terça-feira, 15 de setembro de 2009

De blog para blog!

DESENCANTO (JOSÉ SARAMAGO - in: O caderno)
Todos os dias desaparecem espécies animais e vegetais, idiomas, ofícios. Os ricos são cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres. Cada dia há uma minoria que sabe mais e uma minoria que sabe menos. A ignorância expande-se de forma aterradora. Temos um gravíssimo problema na redistribuição da riqueza. A exploração chegou a requintes diabólicos. As multinacionais dominam o mundo. Não sei se são as sombras ou as imagens que nos ocultam a realidade. Podemos discutir sobre o tema infinitamente, o certo é que perdemos capacidade crítica para analisar o que se passa no mundo. Daí que pareça que estamos encerrados na caverna de Platão. Abandonamos a nossa responsabilidade de pensar, de actuar. Convertemo-nos em seres inertes sem a capacidade de indignação, de inconformismo e de protesto que nos caracterizou durante muitos anos. Estamos a chegar ao fim de uma civilização e não gosto da que se anuncia. O neo-liberalismo, em minha opinião, é um novo totalitarismo disfarçado de democracia, da qual não mantém mais que as aparências. O centro comercial é o símbolo desse novo mundo. Mas há outro pequeno mundo que desaparece, o das pequenas indústrias e do artesanato. Está claro que tudo tem de morrer, mas há gente que, enquanto vive, tem a construir a sua própria felicidade, e esses são eliminados. Perdem a batalha pela sobrevivência, não suportaram viver segundo as regras do sistema. Vão-se como vencidos, mas com a dignidade intacta, simplesmente dizendo que se retiram porque não querem este mundo.